Um desenvolvimento notável na indústria de cânhamo do México ocorreu quando a Semillas Endemicas Mexicanna SA de CV recebeu a segunda licença de cânhamo do país pela Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (COFEPRIS).
De acordo com um relatório exclusivo do El Planteo, essa licença abrange atividades como importação, semeadura, cultivo, colheita e processamento de cânhamo industrial sob o limite de THC do país de 1,0%. Apesar desse progresso, a ausência de regulamentações abrangentes continua a representar desafios.
Aprovação em meio à incerteza regulatória
COFEPRIS, ao conceder a licença, destacou a contínua falta de regulamentações específicas para o plantio de cânhamo industrial. O documento de autorização da agência apontou que o vazio regulatório dificulta a avaliação das condições necessárias para o cultivo de cânhamo.
Outras etapas da produção de cânhamo no México também permanecem não regulamentadas, complicando o crescimento e a estabilidade da indústria.
Esforços para regulamentação
Há esforços legislativos para estabelecer o Instituto Mexicano de Controle de Cannabis, um órgão descentralizado sob o Ministério da Saúde. Esta instituição proposta seria responsável pela emissão de licenças, supervisão de programas de cânhamo e maconha, e promoção da educação pública sobre cannabis.
As regulamentações previstas incluem provisões para programas de justiça social voltados para pequenos cultivadores e comunidades impactadas pela proibição da cannabis. Notavelmente, uma disposição do projeto sugere que 40% das licenças nos primeiros cinco anos seriam alocadas para comunidades indígenas e outras afetadas negativamente pelas leis de drogas passadas.
Primeira licença e precedente legal
A primeira licença de cânhamo no México foi concedida à Xebra Mexico, uma subsidiária de uma empresa canadense de cannabis, após um processo bem-sucedido contra a COFEPRIS. A Suprema Corte do México decidiu que proibir o cultivo e processamento de cannabis para usos industriais violava o direito constitucional ao trabalho.
Apesar das objeções da COFEPRIS devido à ausência de um marco regulatório, um tribunal federal manteve a decisão da Suprema Corte, obrigando a COFEPRIS a emitir a licença para a Xebra Mexico.
Este precedente legal facilitou a emissão da licença para a Semillas Endemicas Mexicanna. No entanto, a COFEPRIS reiterou que regulamentações específicas para todas as etapas do processamento do cânhamo ainda estão pendentes.
A lei para estabelecer regras abrangentes para o cânhamo está sob consideração no legislativo mexicano há vários anos, após a diretiva do tribunal superior para acabar com a proibição da posse e cultivo pessoal de cannabis.
Desafios contínuos
Os atrasos na formação do Instituto Mexicano de Controle de Cannabis e no estabelecimento de um marco regulatório completo continuam a impedir o desenvolvimento da indústria de cânhamo no México. As partes interessadas estão pedindo ao governo que acelere esses processos para garantir um ambiente de crescimento estruturado e confiável para o setor de cânhamo.
Perspectiva pessoal
Na minha opinião, a aprovação da segunda licença de cânhamo marca um passo significativo para a indústria de cânhamo do México. No entanto, a contínua ausência de um marco regulatório robusto representa um desafio substancial.
Os legisladores mexicanos devem acelerar o estabelecimento de regulamentações abrangentes para apoiar o crescimento e a estabilidade da indústria. Isso beneficiará não apenas a economia, mas também apoiará iniciativas de justiça social para comunidades historicamente afetadas pela proibição da cannabis.