México emite segunda licença de cânhamo

20/06/2024
Bandeira do México tremulando

Um desenvolvimento notável na indústria de cânhamo do México ocorreu quando a Semillas Endemicas Mexicanna SA de CV recebeu a segunda licença de cânhamo do país pela Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (COFEPRIS).

De acordo com um relatório exclusivo do El Planteo, essa licença abrange atividades como importação, semeadura, cultivo, colheita e processamento de cânhamo industrial sob o limite de THC do país de 1,0%. Apesar desse progresso, a ausência de regulamentações abrangentes continua a representar desafios.

Aprovação em meio à incerteza regulatória

COFEPRIS, ao conceder a licença, destacou a contínua falta de regulamentações específicas para o plantio de cânhamo industrial. O documento de autorização da agência apontou que o vazio regulatório dificulta a avaliação das condições necessárias para o cultivo de cânhamo.

Outras etapas da produção de cânhamo no México também permanecem não regulamentadas, complicando o crescimento e a estabilidade da indústria.

Esforços para regulamentação

Há esforços legislativos para estabelecer o Instituto Mexicano de Controle de Cannabis, um órgão descentralizado sob o Ministério da Saúde. Esta instituição proposta seria responsável pela emissão de licenças, supervisão de programas de cânhamo e maconha, e promoção da educação pública sobre cannabis.

As regulamentações previstas incluem provisões para programas de justiça social voltados para pequenos cultivadores e comunidades impactadas pela proibição da cannabis. Notavelmente, uma disposição do projeto sugere que 40% das licenças nos primeiros cinco anos seriam alocadas para comunidades indígenas e outras afetadas negativamente pelas leis de drogas passadas.

Primeira licença e precedente legal

A primeira licença de cânhamo no México foi concedida à Xebra Mexico, uma subsidiária de uma empresa canadense de cannabis, após um processo bem-sucedido contra a COFEPRIS. A Suprema Corte do México decidiu que proibir o cultivo e processamento de cannabis para usos industriais violava o direito constitucional ao trabalho.

Apesar das objeções da COFEPRIS devido à ausência de um marco regulatório, um tribunal federal manteve a decisão da Suprema Corte, obrigando a COFEPRIS a emitir a licença para a Xebra Mexico.

Este precedente legal facilitou a emissão da licença para a Semillas Endemicas Mexicanna. No entanto, a COFEPRIS reiterou que regulamentações específicas para todas as etapas do processamento do cânhamo ainda estão pendentes.

A lei para estabelecer regras abrangentes para o cânhamo está sob consideração no legislativo mexicano há vários anos, após a diretiva do tribunal superior para acabar com a proibição da posse e cultivo pessoal de cannabis.

Desafios contínuos

Os atrasos na formação do Instituto Mexicano de Controle de Cannabis e no estabelecimento de um marco regulatório completo continuam a impedir o desenvolvimento da indústria de cânhamo no México. As partes interessadas estão pedindo ao governo que acelere esses processos para garantir um ambiente de crescimento estruturado e confiável para o setor de cânhamo.

Perspectiva pessoal

Na minha opinião, a aprovação da segunda licença de cânhamo marca um passo significativo para a indústria de cânhamo do México. No entanto, a contínua ausência de um marco regulatório robusto representa um desafio substancial.

Os legisladores mexicanos devem acelerar o estabelecimento de regulamentações abrangentes para apoiar o crescimento e a estabilidade da indústria. Isso beneficiará não apenas a economia, mas também apoiará iniciativas de justiça social para comunidades historicamente afetadas pela proibição da cannabis.

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Robin Roy Krigslund-Hansen

Robin Roy Krigslund-Hansen

Sobre o autor:

Robin Roy Krigslund-Hansen é conhecido pelo seu vasto conhecimento e experiência nos domínios da produção de CBD e de cânhamo. Com uma carreira de mais de uma década na indústria da canábis, dedicou a sua vida a compreender os meandros destas plantas e os seus potenciais benefícios para a saúde humana e o ambiente. Ao longo dos anos, Robin tem trabalhado incansavelmente para promover a legalização total do cânhamo na Europa. O seu fascínio pela versatilidade da planta e pelo seu potencial de produção sustentável levou-o a seguir uma carreira neste domínio.

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