Lei de cannabis em Malta não aumenta índices de uso

06/01/2025
Cientista examinando planta de cannabis

A legalização da cannabis em Malta não aumentou o consumo

Quando Malta fez história em 2021 ao se tornar a primeira nação europeia a legalizar a cannabis para uso recreativo, surgiram preocupações sobre possíveis aumentos no consumo. No entanto, dados recentes revelam um resultado surpreendente—os índices de consumo de cannabis em Malta na verdade diminuíram desde a mudança na política.

Pesquisa Eurobarômetro aponta queda no consumo de cannabis

De acordo com uma pesquisa do Eurobarômetro, a proporção de pessoas que admitiram usar cannabis no último ano caiu de 7% em 2021 para apenas 4% após a legalização. Esses dados refletem uma queda significativa, contrariando temores amplamente difundidos de que a cannabis legal levaria a um aumento no consumo.

Além disso, a pesquisa indica uma crescente aceitação da cannabis regulamentada na União Europeia:

  • 53% dos entrevistados em toda a UE apoiam a regulamentação da cannabis para uso adulto.
  • Malta, juntamente com Luxemburgo e Alemanha, lidera com políticas nacionais de legalização.

O modelo de cannabis de Malta: O que o torna único

A abordagem de Malta para a legalização incorpora restrições cuidadosas e soluções baseadas na comunidade. Aqui estão algumas características principais:

  • Adultos podem portar até 7 gramas de cannabis em público e até 50 gramas em casa.
  • É permitido o cultivo pessoal de até quatro plantas.
  • Associações sem fins lucrativos de cannabis, conhecidas como “clubes de cannabis”, fornecem uma fonte regulamentada para membros adultos.

Com essas medidas, Malta busca reduzir a dependência de mercados não regulamentados, garantindo a segurança do consumidor.

Foco na redução de danos e regulamentação

Joey Reno Vella, chefe da Autoridade para o Uso Responsável de Cannabis (ARUC) de Malta, destacou os efeitos positivos da estratégia de redução de danos do país.

Ele explicou que, antes da legalização, os consumidores de cannabis enfrentavam riscos provenientes de fontes não regulamentadas, incluindo possível contaminação e incerteza quanto à qualidade do produto.

“A cannabis comprada não era cultivada de forma segura e, portanto, apresentava mais riscos”, explicou Vella. O mercado regulamentado de Malta agora garante um acesso mais seguro, ajudando a desmantelar redes ilegais.

Impacto na segurança pública e regulamentações

Apesar da legalização, Malta mantém regras rígidas em relação ao consumo em público. Segundo o Ministro de Assuntos Internos de Malta, 39 indivíduos enfrentaram penalidades por violarem as leis de consumo público desde que a política entrou em vigor. Isso demonstra o compromisso do governo em equilibrar acesso com responsabilidade.

Perspectiva europeia mais ampla

Malta não está sozinha em sua abordagem progressista à cannabis. Países como Alemanha e Luxemburgo também adotaram estruturas de legalização, embora suas políticas variem em escopo e estrutura.

Em toda a Europa, os debates sobre a reforma da cannabis continuam, mas a experiência de Malta fornece um estudo de caso promissor para a redução eficaz de danos.

Perspectiva pessoal

Os resultados de Malta são tanto surpreendentes quanto encorajadores. A queda nas taxas de consumo refuta suposições de que a legalização leva, necessariamente, a um maior uso. Em vez disso, demonstra como sistemas bem regulamentados podem priorizar a segurança enquanto respeitam as liberdades pessoais.

O sucesso de Malta destaca a importância de políticas bem pensadas em vez de suposições reativas. Ao focar na redução de danos e garantir o acesso por meios legais, o país estabeleceu um exemplo que outros podem seguir ao considerar reformas semelhantes.

Voltar para o blogue

Deixe um comentário

Tenha em atenção que os comentários necessitam de ser aprovados antes de serem publicados.

Robin Roy Krigslund-Hansen

Robin Roy Krigslund-Hansen

Sobre o autor:

Robin Roy Krigslund-Hansen é conhecido pelo seu vasto conhecimento e experiência nos domínios da produção de CBD e de cânhamo. Com uma carreira de mais de uma década na indústria da canábis, dedicou a sua vida a compreender os meandros destas plantas e os seus potenciais benefícios para a saúde humana e o ambiente. Ao longo dos anos, Robin tem trabalhado incansavelmente para promover a legalização total do cânhamo na Europa. O seu fascínio pela versatilidade da planta e pelo seu potencial de produção sustentável levou-o a seguir uma carreira neste domínio.

Saiba mais sobre Robin Roy Krigslund-Hansen

Produtos Relacionados