O que é a cannabis?

18/08/2023
O que é a cannabis?
Índice
  1. Conceitos essenciais
  2. A planta de cannabis
  3. Componentes químicos da cannabis
  4. O sistema endocanabinoide
  5. Cultivo da cannabis
  6. Cultivo de cannabis em interior e exterior
  7. Desafios e soluções no cultivo de cannabis
  8. Perspectiva pessoal
  9. Perguntas frequentes

A planta de cannabis acompanha a humanidade há milhares de anos. Ao longo do tempo foi utilizada de várias formas, seja em contextos ritualísticos, para fins recreativos ou com propósitos práticos. A sua história é longa e complexa, atravessando culturas e gerações.

Segundo a revista Vegetation History and Archaeobotany, a cannabis terá tido origem na Ásia Central, mais concretamente no planalto tibetano nordeste. A partir daí, a planta expandiu–se em ambas as direções, chegando eventualmente ao Sul da Ásia. O que contribuiu para essa disseminação? A sua adaptabilidade, versatilidade e resistência em diferentes climas.

A planta contém mais de 480 compostos diferentes. Um dos mais conhecidos é o tetraidrocanabinol (THC), com propriedades psicoativas. Outro é o canabidiol (CBD), que tem recebido muita atenção nos últimos anos. Estes e outros canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo, envolvido em diversos processos internos.

Depois de mais de uma década de trabalho intensivo com CBD e cânhamo, assisti à evolução da percepção pública em relação à cannabis. Cada vez mais pessoas manifestam interesse em compreender melhor a planta, para além dos títulos sensacionalistas e estereótipos.

Durante muito tempo, a cannabis foi estigmatizada e sujeita a restrições legais severas, sobretudo devido aos seus efeitos psicoativos. Essa imagem ainda não desapareceu por completo, mas a perceção está a mudar. A investigação em curso e a compreensão mais profunda da estrutura complexa da planta conduzem a uma visão mais equilibrada do seu papel na sociedade moderna.

Prefere ver em vez de ler? Este vídeo resume os pontos principais do artigo:

Conceitos essenciais

  • A cannabis é uma planta com longa história de uso em diversas culturas, desde fins espirituais até recreativos.
  • Contém numerosos compostos, incluindo canabinoides como o THC e o CBD, que interagem com o sistema endocanabinoide humano.
  • As principais variedades são Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis – cada uma com características distintas.
  • É uma planta dióica, ou seja, existem plantas masculinas e femininas, e completa o seu ciclo de vida num ano.
  • Apesar da controversa história, a perceção da cannabis está a evoluir para um entendimento mais abrangente das suas aplicações.

Este artigo é fornecido apenas para fins informativos e não se refere a nenhum dos produtos disponíveis na nossa loja online. Para mais informações, consulte a nossa declaração completa.

A planta de cannabis

A cannabis é geralmente classificada em três tipos principais: Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis. Esta classificação baseia‑se em características físicas e padrões de crescimento.

Planta de cannabis ao ar livre ao nascer do sol

Cannabis sativa

A Cannabis sativa é conhecida pela altura e folhas compridas e estreitas. Estas plantas prosperam normalmente em regiões mais quentes e têm um período de floração mais longo. Devido à sua estrutura, são frequentemente escolhidas para fins agrícolas ou industriais, sendo componentes-chave de muitas aplicações com cânhamo.

O que é a Cannabis sativa?

Cannabis indica

A Cannabis indica cresce de forma mais compacta, é mais baixa e tem folhas mais largas e densas. Adapta‑se bem a climas mais frescos e tem um período de floração mais curto em comparação com a sativa. As variedades indica são frequentemente preferidas em ambientes controlados e de espaço limitado.

Cannabis ruderalis

A Cannabis ruderalis é menos conhecida e caracteriza‑se pelo porte mais pequeno, ramificação reduzida e menos folhas. O seu traço único é a capacidade de florescer automaticamente com base na idade, e não no ciclo de luz.

Esta característica torna a ruderalis especialmente interessante em programas de melhoramento que visam desenvolver estirpes com tempos de floração flexíveis.

Variedades híbridas

Através de cruzamentos seletivos, têm sido desenvolvidas variedades híbridas que combinam traços das plantas sativa, indica e ruderalis. Estes híbridos podem ser adaptados a condições específicas de cultivo, estruturas ou perfis de canabinoides, por exemplo, para produtos tópicos ou aplicações industriais.

Componentes químicos da cannabis

A planta de cannabis contém uma ampla variedade de compostos naturais, incluindo canabinoides, terpenos e flavonóides. Os canabinoides mais estudados são o THC e o CBD.

O THC, ou tetraidrocanabinol, é o principal elemento psicoativo da planta. Interage com recetores específicos no organismo, nomeadamente o recetor CB1, associado a vários processos neurológicos e biológicos.

Moléculas de CBD e THC sobre uma folha

O CBD, ou canabidiol, é outro canabinoide bastante conhecido. Ao contrário do THC, não está associado a efeitos psicoativos. A investigação contínua ao CBD continua a explorar as suas interações com outros compostos da planta.

Além dos canabinoides, a cannabis contém também terpenos, compostos aromáticos que definem o perfil de fragrância da planta. Acredita‑se que os terpenos possam influenciar a experiência global com a planta.

Um conceito frequentemente discutido nos meios científicos é o chamado “efeito entourage”, que contempla a interação entre canabinoides e terpenos e como estes poderão afetar-se mutuamente.

O que são terpenos?

O sistema endocanabinoide

O sistema endocanabinoide (SEC) é uma parte natural do organismo humano e desempenha um papel na regulação de múltiplos estímulos internos e externos. É composto por endocanabinoides, recetores específicos, sobretudo CB1 e CB2, bem como enzimas que produzem e degradam estes compostos.

Acredita‑se que o SEC esteja envolvido num vasto leque de processos fisiológicos, incluindo o ciclo sono–vigília, estado de humor, sinalização do apetite, funções da memória e aspetos da reprodução. Os cientistas continuam a investigar os seus mecanismos em diferentes domínios.

Estudos em curso procuram esclarecer como funcionam estas interações e o que podem revelar sobre o SEC como um todo.

O sistema endocanabinoide

Cultivo da cannabis

A investigação no sistema endocanabinoide (SEC) tem crescido significativamente nos últimos anos. Os estudos examin

O cultivo da cannabis segue um processo estruturado que requer um conhecimento sólido do ciclo de crescimento da planta e das condições ambientais necessárias.

Normalmente, o cultivo envolve várias fases: germinação, em que as sementes começam a brotar; fase vegetativa, marcada por crescimento vigoroso de folhas e caules; fase de floração, durante a qual se desenvolvem as estruturas florais características; e finalmente a colheita, quando as plantas maduras são recolhidas no momento adequado conforme o uso pretendido.

Homem em estufa entre plantas maduras de cannabis

Cada fase tem requisitos específicos de iluminação, temperatura, humidade e fornecimento de nutrientes.

Fase Ciclo de luz Necessidades nutricionais Condições ambientais
Germinação 18–24 h de luz Mínimas Calor e elevada humidade
Fase vegetativa 16–18 h de luz Alto teor de nitrogénio Boa circulação de ar, humidade moderada
Fase de floração 12 h luz/12 h escuro Alto fósforo e potássio, nitrogénio reduzido Humidade reduzida, suporte para estrutura floral
Colheita Exposição mínima à luz Nenhuma Local fresco e escuro para secagem

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Germinação

A germinação é a primeira etapa no desenvolvimento de uma planta de cannabis. Durante esta fase, as sementes são estimuladas a brotar e formar uma muda. Este processo geralmente demora entre 24 e 72 horas.

Durante este período, as sementes são normalmente colocadas num ambiente quente e húmido para estimular a germinação. Alguns cultivadores utilizam kits de germinação específicos, enquanto outros preferem métodos simples, como toalhas de papel húmidas num local consistentemente quente.

Uma vez germinadas, as sementes devem ser manuseadas com cuidado para não danificar a delicada raiz primária. A técnica adequada de plantação consiste em colocar a semente a cerca de meio centímetro de profundidade no substrato escolhido, com a raiz voltada para baixo.

Fase vegetativa

A fase vegetativa é caracterizada por crescimento estrutural vigoroso. A planta foca-se no desenvolvimento de caules, folhas e ramos necessários para as etapas seguintes. A duração desta fase pode variar de algumas semanas a meses, dependendo das condições de cultivo e da genética.

Uma iluminação intensa (geralmente entre 18 e 24 horas por dia) é essencial para promover o crescimento vertical e expansivo. Além disso, o fornecimento adequado de nutrientes, especialmente componentes ricos em nitrogénio, é crucial para um desenvolvimento saudável da planta.

Fase de floração

Durante a fase de floração, a planta de cannabis começa a desenvolver agrupamentos florais. Esta fase é desencadeada por uma alteração no ciclo de luz, concretamente 12 horas de luz seguidas por 12 horas de escuridão por dia.

As necessidades nutricionais da planta também mudam nesta fase. A exigência de nitrogénio diminui, enquanto o fósforo e o potássio tornam-se mais importantes por suportarem a formação das flores.

A fase de floração continua até que as flores estejam maduras para a colheita. A duração exata depende da variedade e das condições de cultivo, mas geralmente varia entre 8 e 12 semanas.

Tipo de variedade Duração média
Predominância Indica 7–9 semanas
Predominância Sativa 10–12 semanas
Ruderalis 6–8 semanas (autoflorescente)
Híbrida 8–10 semanas

Colheita

A colheita marca a etapa final do cultivo da cannabis. O momento certo para colher é essencial para maximizar a qualidade e o rendimento das flores. Se for feita demasiado cedo, as flores podem não estar completamente desenvolvidas; se for demasiado tarde, o teor de THC pode começar a degradar-se.

Para determinar o momento ideal, é comum usar uma lupa para examinar os tricomas, pequenas glândulas de resina nas flores. Quando a maioria dos tricomas tem aparência branca leitosa e alguns se tornam âmbar, esse é geralmente considerado o momento ideal para a colheita.

Trabalhador a pendurar plantas de cannabis para secagem

Após a colheita, as flores devem ser secas e curadas. São penduradas num ambiente controlado para remoção gradual da humidade. Esta etapa melhora o aroma e a qualidade das flores, além de prevenir o desenvolvimento de bolores.

Cultivo de cannabis em interior e exterior

A cannabis pode ser cultivada em espaços interiores ou exteriores; cada método oferece vantagens específicas e requer abordagens distintas.

Cultivo em interior

O cultivo em interior permite controlo total das condições ambientais, incluindo ciclos de luz, temperatura, humidade e fornecimento de nutrientes. Este nível de controlo torna possível adaptar o ambiente de cultivo às necessidades específicas de determinadas variedades de cannabis.

No entanto, a instalação de uma infraestrutura interior implica geralmente um investimento inicial mais elevado. Os principais componentes incluem sistemas de iluminação artificial, filtragem de ar, unidades de ventilação e dispositivos de controlo ambiental. Os custos operacionais contínuos, sobretudo de eletricidade, também podem ser consideráveis.

Instalação interior de cultivo de cannabis com iluminação artificial

Cultivo em exterior

O cultivo em exterior é geralmente mais económico de implementar. Ao depender da luz solar e das condições naturais, é possível obter plantas grandes e robustas.

O ambiente ao ar livre oferece amplo espaço para expansão das raízes e crescimento vertical. Contudo, também apresenta riscos como condições climáticas imprevisíveis, infestações de pragas ou doenças. O sucesso do cultivo exterior depende de um bom entendimento das condições climáticas locais e do momento certo para plantar.

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Desafios e soluções no cultivo de cannabis

O cultivo bem-sucedido da cannabis exige atenção contínua ao desenvolvimento da planta e ações oportunas para resolver qualquer problema que surja. Independentemente do método utilizado – interior, estufa ou exterior – manter condições de cultivo ideais é fundamental para obter resultados de elevada qualidade.

Plantas jovens de cannabis em solo com rega gota-a-gota

Gestão de nutrientes

Um desafio frequente no cultivo envolve desequilíbrios nutricionais. As plantas de cannabis dependem de proporções precisas de macro e micronutrientes, sendo que tanto as carências como os excessos podem comprometer o seu desenvolvimento.

Sintomas como folhas descoloradas, crescimento lento ou formação deficiente de flores são frequentemente sinais de problemas nutricionais. Testes regulares do solo ou do meio de cultivo, aliados a ajustes adequados na nutrição, ajudam a manter o equilíbrio necessário.

Controlo de pragas e doenças

Os cultivadores também enfrentam pragas e agentes patogénicos. As ameaças mais comuns incluem insetos, infeções fúngicas e contaminação bacteriana. Ambientes interiores oferecem maior controlo – a higienização, circulação de ar e monitorização ambiental podem reduzir significativamente os riscos.

Em ambientes exteriores, os cultivadores recorrem frequentemente a métodos preventivos e, quando necessário, a repelentes orgânicos certificados que respeitem as normas agrícolas.

Consciência sobre recursos

O cultivo exige um sólido conhecimento de biologia vegetal, controlo climático e gestão de insumos. O acesso a informação fiável e às ferramentas adequadas pode melhorar significativamente os resultados. Embora os desafios sejam inevitáveis, podem ser eficazmente ultrapassados com observação, preparação e técnicas fundamentadas.

Perspectiva pessoal

Nos meus anos de trabalho na indústria do CBD e do cânhamo, considero o canabidiol (CBD) um dos aspetos mais fascinantes da planta de cannabis. A sua estrutura complexa, natureza não intoxicante e amplo potencial de aplicação colocaram-no no centro das investigações científicas e do debate no setor.

Desde a seleção das sementes até à extração, cada etapa do processo de produção revela algo novo sobre a versatilidade do composto e como a sua qualidade pode variar consoante os padrões agrícolas e de processamento.

Ao gerir e observar numerosas operações de cultivo e extração, passei a valorizar a importância da precisão e da consistência no trabalho com CBD.

Variações na genética da planta, qualidade do solo e métodos de extração podem influenciar significativamente o perfil e a concentração dos canabinoides presentes. Este nível de detalhe e controlo é essencial para manter um produto fiável e avançar no entendimento do papel do CBD no contexto mais vasto da cannabis.

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Perguntas frequentes


Para que serve a cannabis?

A cannabis é utilizada para diversas aplicações. Pode estar envolvida em investigação, usos industriais ou integrar programas estruturados. Em algumas regiões, partes da planta são cultivadas por interesse pessoal ou para fins industriais permitidos.

O que significa estar "high" com cannabis?

O termo "high" refere-se normalmente aos efeitos psicoativos que algumas pessoas relatam após exposição ao THC, o principal composto intoxicante da cannabis. Estes efeitos podem variar e incluir alterações na perceção, no humor ou na sensibilidade aos estímulos.

CBD e cannabis são diferentes?

O CBD (canabidiol) é um dos muitos compostos naturalmente presentes na planta de cannabis. Ao contrário do THC, o CBD não tem efeitos intoxicantes. É geralmente obtido a partir de variedades de cânhamo industrial selecionadas pelo baixo teor de THC e utilizado em diversas aplicações.

Quais são os efeitos da cannabis?

Os efeitos relatados da cannabis variam e dependem de múltiplos fatores, incluindo o perfil químico da variedade específica da planta e o método de utilização. Algumas pessoas relatam alterações de humor ou perceção, enquanto outras podem ter respostas distintas. Os efeitos diferem entre indivíduos e estão sujeitos a várias influências.

Quais são os componentes da cannabis?

A cannabis contém mais de 100 canabinoides identificados, incluindo o THC e o CBD. Também contém terpenos, que contribuem para o aroma. A composição destes elementos varia consoante a variedade da planta.

Quais são os efeitos a longo prazo da cannabis?

A investigação sobre os efeitos a longo prazo da cannabis está em curso. Alguns estudos indicam que a exposição frequente, especialmente em idades jovens, pode afetar a memória ou a aprendizagem. Os resultados variam com base em fatores como frequência e método de exposição, genética e idade.

Como se utiliza a cannabis?

A cannabis pode ser aplicada de diversas formas consoante as diretrizes do setor e o uso pretendido. Estas formas incluem produtos tópicos ou aplicações em contextos industriais ou científicos. As abordagens variam segundo as práticas estabelecidas e os requisitos específicos de cada aplicação.

Quais são os diferentes tipos de cannabis?

A planta de cannabis é normalmente dividida em três grupos: Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis. Cada grupo apresenta características de crescimento, perfis de canabinoides e utilizações distintas na indústria.

Diferença entre cannabis, marijuana e cânhamo


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Robin Roy Krigslund-Hansen

Robin Roy Krigslund-Hansen

Sobre o autor:

Robin Roy Krigslund-Hansen é conhecido pelo seu vasto conhecimento e experiência nos domínios da produção de CBD e de cânhamo. Com uma carreira de mais de uma década na indústria da canábis, dedicou a sua vida a compreender os meandros destas plantas e os seus potenciais benefícios para a saúde humana e o ambiente. Ao longo dos anos, Robin tem trabalhado incansavelmente para promover a legalização total do cânhamo na Europa. O seu fascínio pela versatilidade da planta e pelo seu potencial de produção sustentável levou-o a seguir uma carreira neste domínio.

Saiba mais sobre Robin Roy Krigslund-Hansen

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